terça-feira, 24 de agosto de 2010

Educação não é uma coisa fechada - Nelson Pretto

Na edição do Caderno Muito, do jornal A Tarde, do dia 13/06/2010; o educador Nelson Pretto responde a algumas perguntas referentes ao seu campo de pesquisa e ação.
Nelson De Luca Pretto, 55 anos, é professor a 36. É graduado em Geografia e Física. Tornou-se Mestre em educação pela Ufba e doutor em ciências da comunicação pela Usp. Está também envolvido com a Ripe - Rede de Intercambio de Produção Educativa, que incentiva professores e alunos de cinco escolas bainas a produzirem conteúdos "culturais e científicos". Foi por duas vezes diretor da Faced, onde ensina hoje.
Conhecendo já o entrevistado, opitei por analisar cada resposta dada por ele separadamente.

1º Numa época de múltiplos recursos, porque se voltar para o rádio?
O rádio, segundo Pretto, vem resistindo e ganhando um espaço enorme a partir das chamandas tecnologias digitais, de comunicação e informação, porque trabalha com aquilo que o ser humano sempre teve uma grande intimidade, a oralidade.
Na minha opinião todo tipo de recurso é valido quando o objetivo é o avanço, a melhora; principalmente quando se usa de recursos de fácil acesso a maioria e utiliza-se de uma qualidade muito bem destacada na entrevista que é a oralidade, tão valorizada pelos Gregos (Wilson *.*)!
Na entrevista é pontuado o paralelo entre se alfabetizar de maneira oral, e também com o auxilio da Internet. Hoje é fácil achar matérias e comentários criticando a nova geração, principalmente, pelo uso de maneira exagerada das tecnologias, principalmente Internet e Celular. Sou do time que acredita que se deve fazer um trabalho de conscientização sobre o uso adequado dessas tecnologias. Mostrar que é importante e legal além de visitar o Café Mania, ler reportagens sobre política, economia, meio ambiente até fofoca de vez em quando pq não.. rsrsrs! Adiquirir conhecimento, acumular conhecimento para evoluir.
Mas vamos continuar na entrevista....

2ºEm que pés está a Rede de Intercambio de Produção Educativa (Ripe), cuja missão é tranformar professores e alunos em produtores de conhecimento?
Para se situar, algumas informações sobre a Ripe:
  • É um projeto de pesquisa em parceria com a Universidade Federal da Paraíba.
  • Objetiva a criação de um círculo virtuoso de cultura e conhecimento.
  • O diálogo entre os saberes da comunidade, professores e alunos, e o saber estabelecido.
  • O projeto funciona a dosi anos, foi encerrado em maio.
Achei muito importante esse projeto de interação entre saberes. Sempre destacando a importancia de se romper com uma idéia maniqueísta do saber.. é necessária uma ação recíproca de respeito entre esses saberes que possuem, cada um, seu valor proprio. Entendi que um dos objetivos desse projeto é incentivar a interação entre as riquezas culturais que existe em cada região, a principio do Brasil, e muitas vezes se isolam em suas determinadas regiões sendo que poderiam, com certeza, servir de fonte de conhecimento e reflexão as demais. Uma prática super útil a nós docentes, sabermos interagir com o diferente, nunca o "errado"!

3ºO projeto funciona em quais cidades?
Salvador, São Felix e Irecê. A esse questionamento, Pretto abre uma discussão muito importante que revela um dos pontos importantes do projeto, a inserção dos meninos na cibercultura. É igualar as oportunidades de acesso das crianças pobres com as que os filhos de ricos tem em casa. É oferecer o acesso a rádio, vídeos; não ir ao infocentro para aprender a fazer planilha. Aí não adianta, porque é proibido Orkut, a Fazendinha, Skype, tudo...

4º As lan houses acabaram com isso, não?
Essa pergunta se refere a questão da facilitação do acesso a Internet. Pretto diz que, melhorou um pouco, mas o receio é que na tentativa de regulamenter as lan houses, o Congresso venha com propostas caretas. Destaca a falta de integração entre os Ministérios e Secretarias, que prejudicam a educação. Educação não é uma coisa fechada. É importante o universo da educação conversar com o universo da cultura, trabalhar de forma colaborativa. A escola, hoje, funciona com uma lógica mercadológica, oposta a "ética hacker"*. Ou seja, a educação virou mercadoria.
Ao final dessa resposta, Pretto fala uma coisa que me fez refletir. "O dever errado é a melhor forma de aprender". Pooooxa, super massa isso! Aprender com o erro... não viver na escola como um robô, sendo programado a fazer tudo de forma sistematizada e certa! Perfeiiito!

5º A adoção do Enem em substituição ao vestibular não tende a tornar o ensino menos robótico?
A essa questão Pretto destaca a idéia de competição que se instaura nas escolas, e pior nas ideias de professores e alunos. Produtividade, ranking, desempenho... uma loucura! É cada um por si.. e o resto sobra! "Farinha pouca, meu pirão primeiro", discurso de uma sociedade capitalista e competitiva. "Farinha pouca, um pouco para cada um" esse sim é o discurso que deveria circular entre os educadores e educandos!!

6º O senhor falava de rankings. Acha importante a criação do Ideb pelo MEC para medir a qualidade do ensino público?
Ele não é contra a obtenção de dados... mas sim da forma que eles são analisados. Se deve levar em conta as realidades particulares. Trabalhar com a ideia de educações e não educação. Transformar a escola em um espaço de convivência e de enaltecimento das diferenças não uma distribuidora de informação.

7º Como o senhor avalia a gestão Wagner?
Prefiro não comentar sobre política, não vou nem votar esse ano (17 aninhos ainda). Mas ele deu a sua opinião!

8º E essa política da Secretaria de Educação de fechar escolas?
Pretto acha que o professor tem que ser um ativista, uma liderança comunitária. Fala sobre a evasão escolar que tem crescido na medida em que as escolas deveriam estar enchendo.
"Se você consegue articular Cultura, Educação, Ciência e Tecnologia, nós avançamos do ponto de vista de construir uma nação". Mas uma vez me surpreendendo, Pretto fala sobre o discurso tão repetitivo que se faz em torno da tentativa de tirar crianças da marginalidade através de hiphop e capoeira; não somente neh!! "Ele (criança) tem que aprender porque é fundamental para a formação. Se de quebra sair da rua, do crime, do crack, ótimo. Veja, para o menino ir para a ONG, no outro turno ele tem que passar pelo purgatório, que é a escola. Não podia tudo ser escola?" Não preciso comentar mas nd neh??

9º O que faz a Bahia ter índices tão trágicos em educação?
Ao falar sobre educação na Bahia, ele lembra da Escola Parque da década de 60. Nela há "a materialização de uma política de ciência e tecnologia, emprego, cultura, educação, tudo ali".
Cita uma experiência pessoal e aproveita para dar uma "cutucada" nos mal educados de plantão! Ele diz que quando foi conhecer a Escola Parque o vigia falou sobre ela chorando (de emoção); hoje quando vc fala Bom Dia, na maioria das vezes, não é nem correspondido. E concordo com Pretto quando diz não concordar com essa idéia de dizer que esses tipos de atitudes são da cultura baiana (se referindo também a "mania" de ouvir o som do carro nas maiores alturas), não cola! Isso é falta de educação mesmo... E o preocupante é que essa "doença" já se espalhou em todos os lugares, todas as áreas. Pretto encerra essa respota com a narração de um acontecimento que ilustra bem isso: Meu filho emprestado tem uma frase fantástica. A pró dele fazia transporte escolar, levava-o para escola. Ele tinha uns 6 anos e me contou: ' Minha pró estava tomando iogurte e jogou pela janela. Você acredita? Imagine, uma pró!

10º O senhor se candidatou ao reitorado em 2006, foi o segundo mais votado. Não quis tentar novamente?
Pretto nessa resposta comenta sobre sua candidatura e fala um pouco sobre a atual situação da universidade. Prefiro nessa parte só transcrever o que ele disse!
  • Não, agente não faz a mesma maluquice uma vez só.
  • A universidade hoje vive um produtivismo alucinado.
  • Vivemos atrás de financiamento, falamos em 'capacidade de capacitação de recursos'
  • Nós estamos pensando pequeno e pensar tem que ser sempre grande. Fazer é que vai ser sempre pequeno, porque as condições não deixam fazer o grande



* Não entendi muito sobre a Ética Hacker! Amanhã vou tirar minha dúvida com a professora e posto!

Abraços!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!

Será que devemos, como pedagogas, nos importar em manter uma postura considerada como correta, decente tanto na escola quanto fora dela?
Recentemente o escandalo envolvendo a professora que foi flagrada num show de padoge dançando de uma forma considerada vulgar foi motivo para intensos debates. Alguns apoiaram o motivo dela viver da forma que quer, independente da profissão que escolheu! E outros a recriminaram pelo fato de trabalhar em contato com crianças e de certa forma ser como um exemplo, modelo para elas!
Agora pergunto, em qual desses dois lados vcs ficariam??
Vou começar dando a minha opinião!
Acho que nossa profissão, mesmo sendo por muitas vezes desconsiderada, é de extrema importancia e se encontra na linha de frente do futuro da sociedade. Educação não resolve tudo, mas sem ela também não existe solução!

Porque um de nossos alunos não xingaria na sala, por exemplo, se o mesmo vê a sua propria professora fazendo isso...

Não só no ambiente escolar, na propria relação em casa entre pais e filhos acontece assim! Ainda não sou mãe, mas concerteza já sou filha (hihi) e sei que pode ser dificil aceitar certas imposições de nossos pais quando estes não dão exemplo!

Porque quando eu assisto filme tenho que mudar pro jornal se quando minha mãe tah assistindo novela não posso trocar de canal?

Respeito recíproco acima de tudo! Acho que esta é a solução...
Todos temos as nossas necessidades, não se trata de renunciar uma vida divertida e viver pro trabalho, mas respeitar primeiramente a nós, pedagogas e transmissoras de conhecimento, sendo este ultimo não só academico, mas também moral!

Ray *.* Ufba

Oie Gentee...

Começando agora uma nova aventura na criação desse blog...


Beijos a todos, aguardem novas postagens!